segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Amo despedindo-me. É como se descobrisse o sentimento inteiro do amor apenas na despedida, na impossibilidade, no ponto final. Amo e logo digo que é impossível amar, por falta de futuro. Amo, recordo-me dos longos e bons momentos vividos e logo percebo que estes já passaram. Amo e despeço-me.

sábado, 10 de novembro de 2012

Seu corpo era pequeno. O espaço compreendido entre o pescoço e as pernas era menor do que os homens que ela costumava gostar. Não tinha ombros largos, e os pelos que se espalhavam pelo seu corpo não lhe agradavam. No entanto, ao acordar naquela manhã e ver seu pequeno corpo estendido pela cama, exalando um cheiro que era só dele, sentiu uma grande paz. Ela costumava orar todas as manhãs, lendo alguns páginas de um livro espiritual. Mas naquela manhã, era como se a leitura não fosse necessária. Ele, seu corpo, seu cheiro, o vento que batia suavemente no corpo dela e os pássaros que cantavam na sua janela, já era uma oração.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Depois de um longo tempo dentro do carro, conversando bobagens, ela sentiu vontade de compartilhar com ele a dor que estava sentindo dentro do peito: - Preciso te contar algo que eu estou sentindo. - Pode dizer. O que é? - Sinto que acabou! - Como assim? Do que você tá falando? - De nós dois! Agora eu consigo sentir com mais inteireza que eu e você podemos ser amigos, e deixar de lado algum tipo de relacionamento. - Ah, mas do futuro a gente não sabe! - Mas eu sinto isso! Sinto que quero algo que você não pode me dar! Quero me sentir confortável em amar alguém, me sentir livre até mesmo pra errar ou falar besteiras. É uma pena, mas sinto que acabou. Uma dor enorme fez sentir o vazio de sua escolha! Ele tinha sido, por muito tempo, o conforto e a liberdade que tanto ela almejava agora. Mas o passado não é presente, e o futuro é uma incerteza.