sábado, 28 de agosto de 2010




É tão difícil encontrar palavras de uma fala autêntica, porque me parece que tudo que eu tenho falado são falas sobre falas, histórias repetidas.
Mas agora acabou de me ocorrer de que eu estou tão cansada.
Acabei de descobrir que adoro inventar romances com medo de ficar só. Como a G.H., num dos livros da Clarisse Lispector, que vive repetindo "dê-me tua mão, porque sinto qu estou indo pra perdição da minha vida". Mas aqui estou, de frente pro grande silêncio do horizonte, só, e feliz. Já não tenho medo.

Um comentário:

  1. coisa difícil é encarar o horizonte em parte porque não se pode chegar até ele, por outra, pelo irresistível desejo de alcançá-lo...

    a fala autêntica é também a que a gente inventa, como um conto, não? acho que sim.

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